terça-feira, novembro 08, 2005

AFINAL HAVIA OUTRA !

Olá, Z.C.

Hoje aconteceu-lhe aquela cena de ouvir alguém que julgou ser um homem e que afinal era uma mulher…Rimos do caricato da situação e eu prometi-lhe dois ou três comentários extra. Aqui vão eles, sem que tenha de pagar mais por isso – estão incluídos no preço das propinas! Como vê, as minhas promoções são melhores do que as do Modelo e nem exigem talão!


Pois é, Z.C., sabe o que são estereótipos? Diz o meu dicionário: “opinião preconcebida e comum que se impõe aos membros de uma colectividade”. Admitamos como boa esta definição…

No seu caso, deduziu tratar-se de um homem porque a sua ideia preconcebida de homem/mulher assim o levou a fazer. Até disse uma coisa deste género: “parecia mesmo um homem, as mulheres não fazem aquilo”. Mas aquilo que você imaginou à luz dos seus estereótipos de homem/mulher levou-o a interpretar mal a realidade que lhe apareceu pela frente. Afinal havia outra (pessoa): era mesmo uma mulher, não era um homem!

Mas não fique traumatizado. Nem é caso para andar por aí cheio de medo de voltar a “trocar as coisas” (i.e., trocar mulher por homem) em momentos porventura ainda mais complicados! De facto, todos nós somos dominados, mais ou menos, por estereótipos… o que às vezes nos trama, criando situações muito complicadas mas recordadas com algum divertimento.
Olhe, há tempos, num quentíssimo dia de verão, numa esplanada à beira-mar, ofereceram-me um Irish Coffe: aceitei sem pensar muito bem no que estava a aceitar. Mas pouco depois o meu estereótipo de bebida de verão (bebida fresca, gelada, que mata a sede…) levou-me a um terrível engano: levei o copo à boca e bebi um grande gole, como se fosse de cerveja, e apanhei um terrível escaldão: aquela bebida estava a ferver!!! Malditos estereótipos...

Mas o seu caso pode indiciar outra coisa: a necessidade de um upgrade dos estereótipos que você emprega para homem e mulher, pois a realidade dos dias que correm parece ser muito diferente daquela que à primeira vista se vê. Correndo o risco de o Domingos Abecasis voltar cá para me dizer que “o copy/paste estraga a obra realizada pelo autor”, deixo aqui mais uma citação, de um polémico livro que anda por aí:

“(…) enfrentamos uma crise de vastas proporções na identidade masculina. Cada vez mais, os observadores do panorama contemporâneo – sociólogos, antropólogos e psicólogos que fazem estudos aprofundados – estão a descobrir as esmagadoras dimensões deste fenómeno, que afecta cada um de nós pessoalmente tanto quanto afecta a nossa sociedade como um todo. Porque é que hoje em dia há uma confusão tão grande em termos de sexos, pelo menos nos Estados Unidos e na Europa Ocidental? Parece ser cada vez mais difícil referirmo-nos a alguma coisa como tendo uma essência masculina ou feminina”.

Ou seja, aqui já se fala da essência das pessoas (elas próprias) e não do mero estereótipo (com que nós as observamos)!

Tenha pois cuidado, Z.C.: ele há por aí telefones que já não são de quem parecem ser!


1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois é professor, já não se fazem raparigas como antigamente.... Axo k a partir de agora vou pedir o BI a todas as raparigas, não vá uma chamar-se Ricardão,LOL...
Agora a serio, há um proverbio que diz: nem tudo o que parece é, pois parece que se enquadra aqui.
Continuação de um bom trabalho no blog ;)

12:53 da manhã  

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